Joaquim Barbosa. Você, certamente, já ouviu falar nesse nome, não é? Há poucos anos, o primeiro ministro e presidente negro do Supremo Tribunal Federal ficou famoso e conhecido em todo o país como uma espécie de herói brasileiro.
Isso se deve às discussões acaloradas no processo de julgamento do mensalão e às suas posições firmes e diretas. Filho de pedreiro e de uma dona de casa, o ex-ministro tem uma trajetória de vida que serve de inspiração para qualquer um que queira seguir carreira na administração pública.
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Vida pessoal
Nascido em Paracatu (interior de Minas Gerais), em 1954, Joaquim Benedito Barbosa Gomes veio de origem humilde, sendo o mais velho de oito irmãos. Sua família nunca teve grandes posses, muito pelo contrário: seu pai era pedreiro e, mais tarde, dono de um caminhão. Sua mãe sempre foi dona de casa.
Barbosa, desde criança, ajudava o pai fazendo tijolos e entregando lenha na região. Apaixonado pela leitura, costumava ler qualquer coisa que lhe caísse na mão. Além disso, sempre teve muita facilidade com novos idiomas — não por acaso, antes mesmo de assumir como ministro, já dominava o inglês, o alemão, o italiano, o francês e o espanhol.
Toda a sua formação escolar foi em instituições públicas, começando no colégio estadual de sua cidade e terminando em uma escola em Brasília, para onde sua família se mudou para tentar a vida.
Conhecendo a origem de Barbosa e já sabendo do sucesso de sua carreira profissional, já é possível tirar como ensinamento que não importa sua origem, com força e dedicação é possível sim alcançar os seus objetivos.
Jornada acadêmica
Ainda na capital, Barbosa foi aprovado no principal vestibular da região: o da Universidade de Brasília (UNB), uma instituição de ensino pública federal. Lá, cursou Direito e, em seguida, concluiu também a especialização em Direito de Estado.
Após um tempo em que já, inclusive, atuava na administração pública como Procurador da República, pediu licença do cargo para estudar na França por quatro anos, onde obteve o título de mestre e doutor em Direito Público, pela Universidade de Paris-II.
Logo que retornou ao Brasil, foi professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) por dois anos. Em 1997, se tornou, por meio de concurso público, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), permanecendo na instituição até 2015, quando pediu exoneração.
Além disso, atuou como professor convidado na Universidade Columbia, em Nova Iorque, e na Universidade da Califórnia, entre 1999 e 2003.
Uma característica importante depreendida aqui da jornada acadêmica de Barbosa e que fica de exemplo para qualquer um que deseja seguir a carreira pública é nunca pare de estudar. A jornada do conhecimento coincide com a jornada para o sucesso.
Carreira pública
A sua carreira no serviço público se iniciou cedo, aos 21 anos, quando foi aprovado no concurso para oficial de chancelaria do Ministério das Relações Exteriores. Ele se manteve nesse cargo até se formar em Direito, quando começou a trabalhar como advogado do Serviço Federal de Processamento de Dados.
Joaquim Barbosa, entretanto, sempre ambicionava um pouco mais e, por isso, nunca parou de estudar. Em 1984, dois anos após concluir sua especialização, ele passa em um concurso público e se torna Procurador do Ministério Público Federal.
Inicialmente, atua em Brasília (1984-1993), migrando mais tarde para o Rio de Janeiro (1993-2003). Sua forte atuação acadêmica, sempre focada em analisar o sistema público brasileiro, e sua trajetória pública impecável lhe garantiram, em 2003, a indicação para a Suprema Corte do país.
Em 2008, se tornou vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Em sua breve passagem por lá, tendo saído no final de 2009 por questões de saúde, acabou ficando conhecido por posicionamentos polêmicos, como o seu voto a favor de que políticos condenados em primeira instância tivessem a candidatura anulada.
Esses posicionamentos o seguem durante sua carreira, culminando na indicação para a presidência do STF em 2012. Lá ele permanece até 2014, quando termina seu mandato.
Como podemos perceber, Barbosa sempre ambicionava mais. Embora mantivesse sempre o pé no chão para aguardar o momento certo, sempre demarcava os seus objetivos mais altos do que sua realidade. Essa é uma instrução que pode servir de exemplo para todos os concurseiros.
Repercussão nacional
Como ministro e presidente do Supremo, Joaquim Barbosa acabou ganhando uma enorme projeção nacional. Sempre muito marcado por posições firmes e por se envolver em discussões calorosas com os demais ministros, não era difícil suas ações serem o centro dos noticiários.
Esse alcance teve seu ápice com o julgamento do mensalão, no qual ele também foi relator e que lhe rendeu a imagem, perante o brasileiro, de herói. Isso porque, pela primeira vez na história do STF, políticos não saíram impunes de seus crimes.
Por isso o julgamento teve um valor simbólico tão forte e funcionou como um divisor de águas, já que finalmente a justiça valeu para todos, inclusive os mais poderosos. Tal projeção o tornou uma figura icônica no país e, ainda, um possível candidato à presidência da república — possibilidade essa que ele não nega.
Polêmicas envolvidas
Joaquim Barbosa costuma ser bastante resguardado em sua vida pessoal. Entretanto, no meio da década de 80, chegou a ser acusado por sua esposa por agressão. Ele relata que esse caso está superado.
Em sua carreira pública, sempre foi bastante íntegro, não havendo nada que pudesse manchar o currículo impecável. Nunca fugiu de assuntos polêmicos, se mantendo firme em suas convicções. Por conta disso, chegou a desagradar alguns grupos da sociedade.
Ele, por exemplo, votou a favor da união estável homoafetiva e também pela liberação do aborto de anencéfalos. Tal posicionamento desagradou grupos e representações religiosas. Outra briga que comprou foi em relação a garimpeiros e ruralistas, ao votar a favor da demarcação da reserva indígena Raposa/Terra do Sol.
Além disso, já terminando o seu mandato de presidente, foi criticado por colegas pelas penas duras que propôs aos condenados no processo do mensalão. A essas críticas ele sempre respondeu duramente, criando discussões quentes no STF.
Como foi possível perceber, a trajetória de vida do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa é marcada pela perseverança, pela luta e pelo esforço — algumas das características que não podem faltam a alguém que quer, de fato, ser bem-sucedido em uma prova de concurso.
Sendo assim, siga o exemplo de Barbosa, demarque o seu objetivo e se dedique bastante, porque assim os resultados aparecem.
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